
Nome: Sinhá Menina
Idade: ainda um coyote
Nasc.: era das Heras
Signo: leão
E-mail: A_Sinhazinha @hotmail.com
Messenger: o mesmo
Sugiro:
Comprar urgentemente o novo álbum de Bethânia,«Que Falta Que Você Me Faz», porque lá dentro tem esta pérola perfeita:
Podem me chamar
E me pedir e me rogar
E podem mesmo falar mal
Ficar de mal que não faz mal
Podem preparar
Milhões de festas ao luar
Que eu não vou ir
Melhor nem pedir
Eu não vou ir, não quero ir
E também podem me obrigar
Até sorrir, até chorar
e podem mesmo imaginar
O que melhor lhes parecer
Podem espalhar
Que eu estou cansado de viver
E que é uma pena
Para quem me conheceu
Eu sou mais você
E ... eu
[Vinícius de Moraes]
Não Recomendo: O consumo de produtos transgénicos
Coisas da Terra:
Mural da Amazona:










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sábado, março 05, 2005

«SWEET LADY JANE»
... Como se fosse um presente: pequeno... quase indelével. Como a manhã. Perfeita!... a canção.

modem internet rápida [escolher conexão e clicar para ouvir]
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Sinhá Menina|7:22 da manhã|3
quarta-feira, março 02, 2005

CAPICUA
«Vives em mim» ...
Acontece que eu acredito que viver é mais do que sair salvando o que se pode.
... Fazer 3 anos e ser ainda e sempre PEQUENINA.
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Sinhá Menina|11:17 da tarde|0
domingo, fevereiro 27, 2005

«TEMPO,TEMPO,TEMPO,TEMPO»
Não! Não pode mais meu coração Viver assim dilacerado Escravizado a uma ilusão Que é só desilusão
Ah, não seja a vida sempre assim Como um luar desesperado A derramar melancolia em mim Poesia em mim
Vai, triste canção, sai do meu peito E semeia a emoção Que chora dentro do meu coração Coração
[Modinha -Vinicius e Jobim]
Sim, ouvi dizer que a «Modinha» abriu a noite de quinta, no Canecão. E ouvi dizer que foi Vinicius, outra vez solto na largueza das noites cariocas, e que a garganta era a de Bethânia, e que os acordes do piano luziram mais tropicais às alvas mãos lusas da Maria João Pires. Ouvi... Ouvi, sim. E depois lembrei-me de Botafogo, lá para os lados da Zona Sul. E, então pensei em ti. Na novidade da noite gelada. E foi aí, na evocação à distância de uma coisa bela, que um vago afago veio erguer-me o pensamento e salvar-me da memória.
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Sinhá Menina|6:15 da manhã|0
terça-feira, fevereiro 22, 2005

MORTE SÚBITA
Tinha sido noite mas ia amanhecer. Como se o breu que durava não tivesse mais gravidade que a evidência óbvia das noites se demorarem - um pouco mais do que estamos acostumados - durante o Inverno. Mas então, ergueu-se do chão uma qualquer fatalidade que mais nada fazia prever, um colapso qualquer, breve e bárbaro, e aconteceu que tudo ficou ali mesmo: estancado na primeira sargeta do passeio, sem que sequer se vislumbrasse o mais vago risco de hemorragia a posteriori. Etiquetas: Amazona BLG
Sinhá Menina|8:29 da manhã|0

ESPINAL MEDULA
Vivia a te buscar Porque pensando em ti Corria contra o tempo Eu descartava os dias Em que não te vi Como de um filme A acção que não valeu Rodava as horas para trás Roubava um pouquinho E ajeitava o meu caminho Para encostar no teu Subia na montanha Não como anda um corpo Mas um sentimento Eu surpreendia o sol Antes do sol raiar Saltava as noites Sem me refazer E pela porta de trás Da casa vazia Eu ingressaria E te veria Confusa por me ver Chegando assim Mil dias antes de te conhecer*
(*) «Valsa Brasileira» de Edu Lobo e Chico Buarque Por cima do tempo me coloco, para que nada ensombre os raios claros da manhã que por toda a noite segui pedindo que viessem, que trouxessem consigo claridade ao foco e uma lupa sem melindre para guiar o olho jovem e lhe compensar qualquer míopia transcrita ao cromossoma das eras. E no compasso lento do dia rompendo, nem potes de tinta fresca, nem esboço de rodopio no Grande Salão!... Nem rasto de água, nem flor de igarapé, nem boto na correnteza, nem capivara na mata. Só este círculo rasgado que o vôo do milhafre veio deixar aquém das nuvens pardas, no lugar onde meu coração costumava se aninhar amando sem resguardo cada pressentido sinal vindo por rumo Sul. Antes do desespero. Antes do azedo das dúvidas te fazer vir morder-me primeiro, e perguntar depois. Antes de eu voltar a me recordar de toda a violência que pode acontecer no lugar do amor e do quão pesada pode se tornar a mão que um dia nos afagou. (...)
Chegam a onde estou os gritos da multidão exultando nas ruas e invadindo as praças. Sugiro que levem minha alegria junto com seus gritos, meu contentamento junto com seus vivas, porque hoje eu não posso: perdi a voz e fiquei muda de repente. Uma machada só e cortaram-me a seiva por onde me alimentava e respirava. E quando por fim me faltaram as forças, senti tombar-se-me a testa e escorregaram-me os pulsos. Peço, pois, que levem minha esperança dentro da sua crença. Só não me peçam para celebrar. É que hoje não consigo iludir esta sensação de que se perdeu de mim a razão principal da vitória.
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Sinhá Menina|4:44 da manhã|0
domingo, fevereiro 13, 2005

«DANDARA» II
É dando espinho, é dando amor, é dando Dandara, Dandara, Dandara
Dando carinho, dor e flor, é dando Dandara, Dandara, Dandara
É flor que brota em grota Em greta, em grota, em gruta Ingrata, o dedo espeta E grita, berra, braba, forte, mata Dandara Bonita, bárbara, felina, flor do gravatá
Vibra o punhal de prata! Vibra o punhal de prata! Vibra o punhal de prata!
E ainda assim tão terna Tão ternamente rara A flor do gravatá Medra na pedra Na pedra se escancara
Dandara, Dandara, Dandara
... Ainda «Dandara», ou "A Flor do Gravatá": ... porque nenhuma Dandara é verdadeiramente só... porque contra qualquer precipitação do olho nú ou do juízo desavisado, existem (sim!) gémeas metades pelos rebordos do mundo. Mesmo que entre mares, tresmalhadas na deriva lenta e incerta dos continentes. Elas existem: as Dandaras... as metades gémeas, gomos siameses da laranja indivizível... As Flores do Gravatá. Existem, e isso é tudo o que basta para lhes vingar vazios, lhes poupar desesperos vãos, lhes compensar moínhas e pelejares. Existem, e é quanto importa para que a raça não lhes morra com a solidão.
[Essa «Dandara» tem letra de Gilberto Gil e Waly Salomão, e apesar de nessa época os anos serem ainda demasiado verdes, creio que foi composta para o filme Quilombo. Imagino que estejamos a falar de 1983, com o devido perdão se acaso a memória me atraiçoar. ]
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Sinhá Menina|4:59 da manhã|0
sábado, fevereiro 12, 2005

SÃO BONITAS AS CANÇÕES...
Mesmo que os cantores sejam falsos como eu Serão bonitas, não importa, são bonitas as canções Mesmo miseráveis os poetas os seus versos serão bons Mesmo porque as notas eram surdas quando um deus sonso e ladrão Fez das tripas a primeira lira que animou todos os sons E daí nasceram as baladas e os arroubos de bandidos como eu Cantando assim: você nasceu para mim, você nasceu para mim Mesmo que você feche os ouvidos e as janelas do vestido Minha musa vai cair em tentação Mesmo porque estou falando grego com sua imaginação Mesmo que você fuja de mim por labirintos e alçapões Saiba que os poetas como os cegos podem ver na escuridão E eis que, menos sábios do que antes os seus lábios ofegantes Hão de se entregar assim: me leve até o fim, me leve até o fim Mesmo que os romances sejam falsos como o nosso São bonitas, não importa, são bonitas as canções Mesmo sendo errados os amantes seus amores serão bons(*)
(...) Podem sim, os Poetas ser miseráveis e os Banditos ter um choro seu na dobra da canção. Têm sim, uma teima que é só sua, um querer obstinado entre o raso do copo e o equilíbrio da manhã rompendo. E têm arroubos e deleites, trejeitos de cego e cancioneiro. Eles têm!... um amar mais rouco, um pedir mais fundo. E sabem, sim!... Sabem como só eles sabem, destilar o fel em mel, ofegar janelas e alçapões, verter pelos poros e brotar dos avessos a ordem limpa das coisas esquecidas.
(*) Sublime «Choro Bandido» - escrito a mãos pares com Chico Buarque - que escuto esta noite, dedilhado por Edu Lobo na penumbra do Grande Auditório do Centro Cultural de Belém. É a primeira vez que a Velha Praça do Império se digna convocar aos serões dos seus salões, o Trovador das Suavidades trauteadas pelo correr dos anos. Aplaudo de pé: em boa hora nos chega, enfim, quem há muito era benvindo!
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Sinhá Menina|11:59 da tarde|0
quarta-feira, fevereiro 09, 2005

QUARTA-FEIRA DE CINZAS
Tem mais samba no encontro que na espera Tem mais samba a maldade que a ferida Tem mais samba no porto que na vela Tem mais samba o perdao que a despedida Tem mais samba nas mãos do que nos olhos Tem mais samba no homem que tabalha Tem mais samba no som que vem da rua Tem mais samba no peito de quem chora Tem mais samba no pranto de quem vê Que o bom samba não tem lugar nem hora (...)
[Os versos são do Chico Buarque de Holanda e, depois, terminam assim: «(...)O coração de fora / Samba sem querer / Vem que passa / Teu sofrer / Se todo mundo sambasse / Seria tão fácil viver». Esqueci-me do nome da canção: ficaram só os versos na memória... ]
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Sinhá Menina|9:24 da manhã|0
terça-feira, fevereiro 08, 2005

«DANDARA»
Ela tem nome de mulher guerreira E se veste de um jeito que só ela Ela vive entre o aqui e o alheio As meninas não gostam muito dela Ela tem um tribal no tornozelo E na nuca adormece uma serpente O que faz ela ser quase um segredo É ser ela assim tão transparente
Ela é livre e ser livre a faz brilhar Ela é filha da terra, céu e mar Dandara
Ela faz mechas claras nos cabelos E caminha na areia pelo raso Eu procuro saber os seus roteiros Pra fingir que a encontro por acaso Ela fala num celular vermelho Com amigos e com seu namorado Ela tem perto dela o mundo inteiro E à volta outro mundo admirado
Ela é livre e ser livre a faz brilhar Ela é filha da terra, céu e mar Dandara
[Tributo a Ivan Lins, com letra de Francisco Bosco, filho de João, na voz dela, de Simone]
Sim, Lobas Grandes costumam ver dentro dos olhos, dizem por aí... E sei que vêem, sim. Sei que não mente a sabedoria popular: Lobas Crescidas espreitam os cantos ocultos no peito da gente e reviram os fundos ao coração num só lampejo. É quanto lhes basta, ou não seriam o que são: Lobas. Preciso eu curvar a vénia para te consentir aquilo que já pressentiste tão certeira, afinal?! Tanto melhor, então! Fiquemos assim. Tal e qual estamos. Adivinhadas apenas. (...) Entende, Senhora, que por mais doce que seja o canto da Cigarra no meu ouvido, em tempo de léguas, silêncio e frio, ele é tão só um brando acalanto às réstias da minha vaidade demasiado esquecida. Porque, Senhora, a realidade é que nem o fascínio desse canto, verdadeiramente me atenta, a mim que persisto paralisada: incondicionalmente rendida ao Teu encanto hoje sempre tão ausente, e ainda assim tão assente, tão presente. Sempre tão irremediavelmente presente!...
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Sinhá Menina|5:23 da manhã|0
segunda-feira, fevereiro 07, 2005

«NÃO DEIXE O SAMBA MORRER»...
Mangueira Teu cenário é uma beleza Que a natureza criou...
Vista assim do alto Mais parece um céu no chão Sei lá Em Mangueira a poesia Feito um mar se alastrou E a beleza do lugar Pra se entender Tem que se achar Que a vida não é só isso que se vê É um pouco mais Que os olhos não conseguem perceber E as mãos não ousam tocar E os pés recusam pisar Sei lá, não sei Sei lá, não sei
Não sei se toda a beleza De que lhes falo Em Mangueira a poesia Num sobe-desce constante Anda descalça ensinando Um modo novo da gente viver De pensar e sonhar, de sofrer Sei lá não sei Sei lá não sei não A Mangueira é tão grande Que nem cabe inspiração
[«Sei Lá, Mangueira» Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho] Etiquetas: Amazona BLG
Sinhá Menina|6:15 da tarde|0
sábado, fevereiro 05, 2005

... SOU MANGUEIRA, Ô!
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Sinhá Menina|1:31 da tarde|0
sexta-feira, fevereiro 04, 2005

AQUI, SENHORA! AQUI
Vens por mim com a mesma e única lei de sempre. Ordenas que vá e mandas buscar-me com a urgência das coisas precisas. Então vem, Senhora! Leva-me a ti mais uma vez. Aponta-me um bico de pássaro e carrega-me para trás do vento Sul. Conheço a lei, Senhora: chegar-te descalça, parar diante do olho amarelo da Grande Loba Faminta, suficientemente nua para receber de ti penas e cocacares, guizos e balangandãs, caneleiras de cunhantã... eu!... Princesa com uma fome igual à tua, cria em berço de Norte frio, chegada a ti Senhora, para ser índia albina dos teus atabaques, tua Menina e teu corso, teu desfile e acalanto, para ser Raínha da bateria no País do Teu Carnaval.
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Sinhá Menina|1:49 da tarde|0
sábado, janeiro 22, 2005

O CAMINHO DAS GENTES
Vamos, então! Vamos porque eu não sei, nem quero saber dessa angulosa bruma que te perde ao longe, não quero saber se ainda me segues ou se já me perdeste da mão, da noite e da madrugada. Tanto me importa se erras por plataformas paralelas e te dobras e desdobras procurando iludir, por tentativas, todos os axiomas da física que dizem que nenhum corpo pode, em simultâneo, ocupar dois lugares distintos no espaço. Vem se quiseres, fica se te parecer preferível. Mas desvia-te do meu pé porque eu preciso de continuar por onde seguia já, antes de tu apareceres. Tenho um rio à espera, um rio que canta com o breu da noite, que assobia baixinho a quem tem ouvido de bicho, que chama por mim e diz o meu nome em sílabas claras. Há uma candeia acesa num rabo de pirilampo a marcar-me vectores ao faro, que é para me guiar por entre as encruzilhadas onde o passo às vezes hesita. E nada posso se escolheres não vir comigo! Tão só consentir-te que fiques. Aí: algures. Onde quer que seja que te parece melhor, que eu não posso nada contra as liberdades. Nada. Somente este sorriso cúmplice com que te olho daqui; o sorriso de quem se reconhece numa liberdade igual – a de seguir por onde vou. Ainda que sem ti.
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Sinhá Menina|1:17 da tarde|0
sexta-feira, janeiro 21, 2005

«CARTA DE OFERTA»
No meio da selva ecoam os tambores para a guerra… por todo o fumo no ar…por todo o chão sagrado que os Brancos queimaram, sem aviso, sem cuidado, sem preço nem dó. Trinta pontos equidistantes, trinta lamparinas, trinta canoas, trinta Pajés. Um olho de água e o rio por Norte. Emergente viagem, rumo ao lugar dos Marubo, ela disse, longe da cidade mais distante que também é distante dos corredores e das Praças do Poder, ela disse. Um grande encontro de Pajés. Porque é hora de lutar pela «Florestania», conhecer as “leis” do Branco, sentar em redor da Carta de Oferta, ela contou, os olhos de avelã em rodopios ávidos de compromisso e paz. Ouve tudo quanto ela te leva, Grande Feiticeiro, e no fim fala-lhe também tu ao centro do peito. Quando desfizeres as pinturas, pousares a cuia e tirares o cocar. Fala-lhe. Na volta das eras. Fala-lhe. Diz-lhe que até as dores mais antigas um dia se cansam e que tudo quanto permanece prisioneiro se há-de enfim libertar. Como o coração dos bandeirantes no correr da Selva! Etiquetas: Amazona BLG
Sinhá Menina|10:10 da tarde|0

SENDAS
Falas-me de um rufar de tambores mais à frente. Vens e sinalizas-me urgências. Sei-te com a minha gente, Senhora dos Cabelos de Fogo, Rainha Guerreira desbravando a mata funda, avançando os meus por estradas de água. E fico eu, saudosa desse lento entranhar ao teu lado. Eu daqui, incapaz de seguir contigo, desta vez. Reduzida a amar-te como quem te arma para a empreitada, a beijar-te como quem passa um unguento que te proteja de velhas marcas, novas feridas, e a deixar-te ir quando amanhece. Vai, Senhora!... Vai e leva a minha rendição. Diz ao Meu Boi que irei dançá-lo noutra lua! Diz-lhe que já vou, que lhe chego já! Que pouco tarda!... Pouco agora, Senhora. Já pouco tarda!... Etiquetas: Amazona BLG
Sinhá Menina|9:10 da tarde|0
sexta-feira, dezembro 24, 2004

FELIZ NATAL 2004
Verde Estrela Guia, Estrela Maga, Estrela Verde... FELIZ NATAL!! Cinco pontas, cinco hastes, cinco rumos... Estrela de triangulares esquinas sinalizadas a luz... Que seja então um doce e apaziguado tempo, este que chegou e corre aqui. Um voto meu, um copo erguido, um brinde ao alto!... Por uma morna noite verde. Por uma nova madrugada. A um acordar mais sereno. FELIZ NATAL!!...
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Sinhá Menina|7:21 da tarde|0

DEZEMBROS
Com a manhã a corrente limpa o fundo num rojo manso, varre os limos ao limbo alagado da margem larga de Dezembro. No lugar dos aluviões a estação descobre um areal magro, despontadas praias do Grande Rio Barrento, cama líquida onde o canto do boto estende as mulheres da tribo quando a lua enche. E tu não sabes - não sabes, nem podes saber - que (em verdade) sou eu quem renasce com a manhã da véspera de Natal!... Não sabes que sou eu que te regresso, que sou eu quem se desembrulha do papel de arroz salpicado a púrpura cor de vinho, que sou eu quem chega de dentro da caixa de cartão, num canudo de papel em forma de aviãozinho desenhado em dobras minuciosas... Não sabes que me sacas a alma de longe, entre retratos de índio, sons de fita tropicana e escorreitas contas de marubo. Não sabes, nem podes saber. Mas sou eu sim - como um colar de limos - quem volta a boiar à superfície... desencravada do distante silêncio do fundo... arrancada à margem dormente... devolvida ao correr da correnteza que outra vez me deriva em ti. Como um risco na espuma branca do teu rosto invisível. Como uma encomenda postal. Como um milagre de carteiro. Como um duplo toque de campaínha ao meio da manhã. Em véspera de Natal. Etiquetas: Amazona BLG
Sinhá Menina|2:21 da tarde|0
quinta-feira, dezembro 23, 2004

UM CERTO AR NOS FENOS
E um dia volta-se. Como um certo ar que dá nos fenos: breve, inesperado, ausente de esforço. Como um sulco sibilado em sopro suave. Volta-se. Como todo o regresso em eminente acontecer. Sem mais nem porquê. Quando já longa se fez a espera. Volta-se. Aqui. Etiquetas: Amazona BLG
Sinhá Menina|6:49 da manhã|0
sábado, novembro 13, 2004

NESTE MEU CHEGAR-ME A TI...
Pouso ao de leve, quase sem que me sintas, sobre a tua pele de mármore e fico a ver-te apagar a última luz e baixar ao sono. Venho, com o fim da semana, até às cercanias da serra para guardar a vista de frente para as curvas da Estrada Bela que leva ti. Onde tu dormes e respiras. Onde tu vives e às vezes me amas, só para dilatar esta sensação difusa de te ficar absurdamente mais próxima. Entre mim e ti há uma encosta, uma tira de alcatrão e um jardim de água deixado em suspenso até à volta da mão sobre o portão. E eu fico aqui: a acender a primeira lareira do ano, a enroscar este estado febril em lãs da Escócia, a beber mel morno da Floresta para calar a tosse e a morrer devagar e sem mimos, devagar e sem ti, devagar e sem te poder chegar, devagar...devagar... entre a chama da lareira e a visão da última curva da Estrada Bela que vai a ti.
É grave se eu te disser que quero às vezes coisas banais?... Que me falta às vezes a normalidade das coisas triviais?... É grave se eu te disser que um dragão inflamado me cospe saudade pela garganta? E que há duas noites que me tortura o sono com asas escamadas a verde? E que sou mais pequena que a cama, e que as sobras do lençol não me deixam dormir porque me faltas tu? Parece-te grave se, além de tudo isto, eu te disser desta irremediável necessidade de ser pardal da serra, só para vir com o final da semana dormir a febre contra o teu peito de mármore? Etiquetas: Amazona BLG
Sinhá Menina|5:44 da tarde|0
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