
MANCHA LOIRA

Torces sobre mim o apelo das terras ao fundo. Agonias-me a cidade mais do que ela me azeda já. Sopras-me as beiras de cais onde sou feliz e o salobro lodo dos caixotes amontoados no porto, onde outras histórias me dão colos lavados de beijos. Vens e retomas-me viagens interrompidas pelo lado salgado do mundo que eu amo porque me lambe mais rente à alma, e onde eu chego para já não ser princesa de nada nem de coisa nenhuma. Só uma mancha mais loira embebida na mesma cashemira, ornada das mesmas contas, conchas e sedas, descalça aos mesmos guizos, pequena diante das mesmas famintas fomes.
Etiquetas: Amazona BLG