
«BEM LEVE»

Bem leve leve
revele
quem pouse a pele
em cima de
madeira
beira beira
quem dera
mera mera
cadeira
mas breve breve
revele
vele vele
quem pese
dos pés a caveira
Dali da beira uma palavra cai do chão
caixão
dessa maneira
Uma palavra de madeira em cada mão
Imbuia
Cerejeira
Jacarandá, Peroba, Pinho, Jatobá
Cabreúva
Garapera
Dali da beira uma palavra cai do chão
caixão
dessa maneira
escuta-se na voz de Marisa Monte aqui
... E de repente, são todas as árvores da Floresta a crescer por entre o encerado do soalho português! ... São todos os aromas das madeiras a brotar pelos veios das tábuas corridas e a fazer da casa de Lisboa um corredor «Verde Anil Amarelo Cor De Rosa E Carvão» que me reconduz sobre a cidade ao imbricado de cheiros que guardo de cor: o perfume da madeira das infindáveis espécies de árvores da Minha Amazónia.
A música é na verdade um feitiço poderoso!... E depois há canções que são assim: como esta! ... simples prodígios à evocação. Aliviando os meus dias na distância.
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