PULSARES
Sabes agora porque sei que o meu trabalho há-de ser para vir fazer-se aqui. Amo esta aparência de caos amontoado em excesso de vida e sabor! Amo o obsceno amontoado da cor e da textura! Amo as vozes sobrepostas aos trilhos e histórias simples das gentes simples daqui. Ouves como eu o chamado da Mata Virgem, aos primeiros ecos da manhã? Sentes-lhe o pulso? Provas-lhe o pulsar?... Vejo o desfoque a bailar-te a retina e dispenso-te as palavras com um beijo menos suplicante. Sim, já me respondeste: sabes! Sabes, sim. Eu sei. Eu vi-te a saber por entre as bancas do mercadinho onde o coração da Amazónia abre tesouros aos andarilhos. Como tu e eu! Agora.