
VIR A TI

Leva-me, então. Leva-me a ti. Leva-me ao cimo da casa, ao cimo da cama, ao fundo de onde podes ir-me, ao fundo da pele e das formas, ao fundo das muitas mortes que estendo à tua mercê. Deixo-te o dia e deixo-me a ti. Deixo que me canses e que me descanses, que me durmas e adormeças só para teres tudo num só dia, tudo de uma vez só. Como ver-me dormir. Como se amanhã pudesse não existir.
... Só porque amo tudo o que acontece a seguir a esta vontade de te trepar o colo... Só porque amo todas as coisas que nunca ninguém nos prometeu. Só porque amo o que acontece lá mais à frente, mais adiante, lá ao cimo, rente a ti: no fundo disso que nem tu nem eu sabemos o que seja ou como se diga. Só porque tenho que nos deixar saber mais do já sabemos. Eu e tu.
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