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Nome: Sinhá Menina
Idade: ainda um coyote
Nasc.: era das Heras
Signo: leão
E-mail: A_Sinhazinha
@hotmail.com

Messenger: o mesmo

Sugiro:
Comprar urgentemente o novo álbum de Bethânia,«Que Falta Que Você Me Faz», porque lá dentro tem esta pérola perfeita:

Podem me chamar
E me pedir e me rogar
E podem mesmo falar mal
Ficar de mal que não faz mal
Podem preparar
Milhões de festas ao luar
Que eu não vou ir
Melhor nem pedir
Eu não vou ir, não quero ir
E também podem me obrigar
Até sorrir, até chorar
e podem mesmo imaginar
O que melhor lhes parecer
Podem espalhar
Que eu estou cansado de viver
E que é uma pena
Para quem me conheceu
Eu sou mais você
E ... eu


[Vinícius de Moraes]


Não Recomendo:
O consumo de produtos transgénicos

Coisas da Terra:




moon phases
 


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   sexta-feira, outubro 01, 2004  

«CIEL DE LIT»


Diego Flores continua a desbaratar os dias e a vida pela hazienda andaluza que lhe caiu nos braços, quando a mulher faleceu. Tinha 32 anos, uma mancha em forma de cabeça de toiro no meio dos seios e a negra cabeleira das herdeiras espanholas. Diego, único filho varão apontado ao canudo de doutor engenheiro era assim como uma espécie de renovada esperança de ascensão para a família, caída em súbita penúria durante a ditadura de Franco. Mas como ele gostava de dizer, na preguiça recostada das suas soalheiras tardes de varanda, as estradas que o destino lhe reservava eram as que o galope do cavalo lhe pedia para rasgar na arena, e as únicas obras que chegou algum dia a erguer ficaram-se pelas palmas arrancadas à multidão com os ferros que cravava como ninguém no luzidio lombo negro dos toiros bravios que lhe traziam à lide. Foram apresentados pelo advogado que tratava das dívidas que a família de Diego arrastava do fundo de um passado lento, há muito sem património. Diego sabe que foi num baile, mas não se lembra qual. Frequentava muitos, ia a todos, perdem-se-lhe na memória sem grande diferença que permita a destrinça: eram bailes, pronto. Todos eles. E eram muitos!... Sabe que ela tinha um vestido amarelo, como o forro das capas de toreio, e que entre os seios ali estava aquela mancha a lembrar uma cabeça de toiro. Não chegaram sequer a dançar porque ela tinha uns sapatos de gueixa madrilena que lhe moíam joanetes por nascer debaixo da forra de cetim. Esse contratempo foi-lhes fatal. Por todo o serão, Diego ficou de pé, rente à cadeira onde ela se sentava com a dignidade de uma cinderela ferida de morte. Por todo o serão, pôde Diego contemplar aquela familiar mancha que lhe marcava a pele alva e pelo fim da festa estava já inteiramente convencido de se tratar de um pronúncio inescapável. Dias mais tarde foi a vez dela se convencer que nascera marcada para que o único varão dos Flores a reconhecesse sem erro, quando chegasse o momento. Casaram e vieram viver na hazienda tomada em dote: Diego, "hermoso campeador" de arenas que nunca chegou a Engenheiro; e ela, morena filha de Espanha, devidamente assinalada no peito pela cabeça de toiro que lhe rendeu marido. Mas o sol da Andaluzia corroeu-lhe a branca pele de herdeira madrilena num cancro tão vertiginoso como implacável. Faleceu uma meia dúzia de anos adiante.

Diego sentiu-lhe a morte como uma espécie de libertação aos fados do destino. Enterrada a marca de toiro ao alto do seio alvo, deu por cumprida a sua missão e voltou a permitir-se aos sabores sem destino que lhe haviam de trazer muitas mulheres belas ao montado da hazienda. Brigite Bardot terá sido uma dessas mulheres. Apesar do Cohiba e do sossegado chilreio da passarada nas azinheiras, Diego permanece vago narrador misterioso na evocação. Diz que lhe trouxeram a BB para umas aulas de sela e volteio. Um dia interrompo-o. Pergunto-lhe se não a confunde à sucessora, se não é a lembrança recortada a um argumento da Bo Derek que eu também vi, apesar de ainda menor, anos mais tarde, na sala do Roma que hoje já nem cinema é. Faz-se gargalhada de pedra e repete a certeza segura da Bardot. Um dia há-de contar-me o que nunca lhe ouvi dizer, eu sei. Ele também:Diego. Depois que se cansar de me ensinar a montar à sevilhana. Depois que eu souber de cor cada frase escrita num francês desenhado aos cantos das capas dos discos, no verso das fotografias ou no miolo dos sobrescritos debruados por uma tira azul, branca e vermelha, onde se lê sempre «par avion». Depois que eu consiga inventar uma forma de sair de Lisboa por dois dias... Para voltar à varanda e ao cheiro dos Cohiba... Para lhe perguntar porque foi que lhe deu para desatar a distribuir heranças ainda em vida... Para eu lhe perguntar porque escolheu dar-me a mim o disco rabiscado ao canto em feminino francês desenhado... Para o ouvir voltar a fazer-me a mesma invariável pergunta de sempre... Para lhe voltar também eu a dar a mesma invariável resposta de sempre: Sim!... de todas, "aquela" é a minha canção preferida. Talvez não tenha evoluído muito desde então!... Mantenho a escolha dos 15 anos, Señor Diego Flores. «Ciel de Lit» continua a ser a minha canção preferida.

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Sinhá Menina|1:53 p.m.|0 Enviar um comentário



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