
GINGA, GIRA BOI!...

Traz Meu Boi, as nossas danças Xituaras, as vitórias da velha Tupinambara e o coração vermelho pintado na testa!... Dança!… balança girando no compasso da toada… Volteia o olho em brasa, reluz o lombo ao luar e ao suor… Ginga, gira, baila, Boi!... retorce o pescoço, balança a cauda, chicoteia o breu da noite na cadência dos tambores… rufa lendas no coice sacudido do volteio. Gira, gira, gira… e avança!... evolui no pó da arena, cresce ao rubor da fogueira e avança-me!... Olho de brasa em chama branca… Boi do sangue e da paixão! Boi da raça e da emoção!… Vem seguindo em rodopio, galgando o delírio da tribo, avançado a mim… teimoso a mim… roçar de focinho a marrar-me o corpo inteiro. Ginga, gira, baila Boi!... Aperta o anel onde me baila em círculos… dá uma volta… volta e meia… balanceia, rodopia no terreiro outra volta, volta e meia… tonteio de pelo raso, ventas de fumo cuspido à noite, mugido de guerra, urro do coração… Empina as patas no ar, puxa-me ao requebro do chifre, e vem ajoelhar a mim, seduzir-me ao pano, atrair-me ao pano, convidar-me ao pano, roubar-me aos olhos do mundo para dentro da Besta Branca. A mim que sou vermelho. Lindo Toiro, crescido em meu redor!... Boi Branco do coração. Do meu que é vermelho.
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