
"MANHÃ SUBMERSA"

Escondo disfarçadamente do mundo esta minha absoluta ânsia de lhe fugir. Queria, sim! Queria sumir-me num fundo de névoa sem deixar saudade, que era para eu ser feliz e ninguém sofrer com a minha felicidade!...que era para poder enfim sossegar o cérebro, libertar-me de todo este peso sem remédio que me consome forças vãs!...que era para me salvar ao desperdício de tanto esforço inútil!... Queria!...Queria!... desaparecer sem rasto e subtrair-me a tudo o que ainda se lembra de mim, a tudo o que restou em meu redor. Ter esperança cansa. Acreditar extenua. ... E eu sinto-me demasiado perto desse limbo traiçoeiro onde a fé ameaça perder-se de nós na próxima passada dada... E é aí, exactamente aí que me chega o medo: ... porque imagino que deve ser pavoroso viver sem que ainda reste alguma crença de pé.
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