

Preciso de compensar a ausência dos últimos dias ao mar. Já não há sombra da multidão do feriado, nem dos dias de sol esplendoroso que parece raiaram em Portugal. Já não restam senão teimosos pescadores de cana no areal. Bebo o que resta das marés vivas de Setembro, agora sob um sol sem força, quando o dia se conta pelo lento planar da neblina. Fico enquantos as nuvens negras não se abeiram da linha curva que última enseada desenha no perfil da costa. Depois não sei se sinto saudades do morno da casa, se me entristeço em demasia com esta certeza de Verão no fim. Não sei como vou sobreviver ao Outono e pensar no Inverno basta para me encher de uma angústia que ainda não me apetece. A estética dos ventos frios a sublimar a paisagem nunca me valeu de grande coisa!... Deixo a praia. Não devia ter vindo. Nunca aprendi a gostar das coisas que me entristecem.
Etiquetas: Amazona BLG