Toda a obsessão é um eco fundo por onde nos falam os sentidos calados que trazemos entalados na garganta... E nenhum gesto estremece no instante em que o maior dos segredos é revelado. Como agora. Aqui. Assim:
« Em Creta onde o Minotauro reina atravessei a vaga
De olhos abertos inteiramente acordada
Sem drogas e sem filtro
Só vinho bebido em frente da solenidade das coisas –
Porque pertenço à raça daqueles que percorrem o labirinto
Sem jamais perderem o fio de linho da palavra.* »
* «Dual», em «Arquipélago» de Sophia de Mello Breyner (Outubro de 1970) para imagem de XC.