
«VEM ME VER! VEM ME VER!»

Leva-me no teu dorso de escorro, Meu Toiro Bravio!... Tenho ainda a chama do teu olho em brasa a fitar-me como uma seta Tupi, a puxar-me da orla em roda ao centro da arena, a dançar-me debaixo da Lua Larga onde me vieste ganhar, e me acasalaste o compasso, e me noivaste para ti, diante dos olhos da Tribo. Boi Branco das harmonias dançadas aos começos!... cadência dos ancestrais ritmos entranhados, toada troante que estremeceu a Floresta e me fulminou o coração. Leva-me. Vem. Vem e leva-me. Leva-me e balança-me mais nua entre os teus dois cornos apontados ao respirar do mundo!... Chora a Cria do Chifre, Meu Boi! Chora agora. Aqui. Sem vontade nem convicção. Chora mais a descoberto, sem o manto das Matas Verdes para a cobrir. Chora mais desprotegida, fora do abraço vermelho e branco da Terna Besta Alva!... Leva-me daqui. Atravessa-me o oceano, que o meu país nunca foi este berço onde cresci. Vem agora e vem já! Leva-me daqui: morro ao longe… morro longe… deixada ao longe… adormecida ao longe… apagada ao fundo: separada da minha pátria, na Nação Valente que desconhece a Terra dos Bravos.
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